sábado, 7 de março de 2009

Última entrevista

Rogério Sganzerla: (...)Luz nas Trevas... esse nome é explícito demais - as trevas do nosso tempo, as trevas da cultura brasileira, as trevas paulistas. Acho que está todo mundo por fora, as pessoas estão por fora, não estão entendendo nada. Não sabem o que estão fazendo. Não quero ser profeta em meio ao caos. Quero que os outros também entendam isso. Está tão na cara! Temos bons cineastas, eu vejo aí bons filmes, algumas surpresas, mas é só diluição.

(...)

No novo projeto, Luz nas Trevas - revolta de Luz Vermelha, qual a gênese que você faz desse personagem? É o mesmo bandido?
Rogério Sganzerla: Em primeiro lugar, denominamos Luz, e não Bandido, o poderoso experimento de linguagem urbana amortizado no lançamento em São Paulo, premiado nos festivais nacionais e triturado aqui e lá fora, por todo tipo de admiradores - confessos e inconfessáveis, amigos e inimigos da continuidade da luminosidade. Eu acredito na continuidade da luminosidade. No Bandido não houve isso. Vai haver no novo projeto. Vinte anos depois, esse filme ainda é um mito para o imaginário urbano. O novo Luz não pode ser uma diminuição.

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Última entrevista concedida pelo idealizador e roteirista de Luz nas Trevas, a Alessandra Bastos em 2003, poucos meses antes de seu falecimento. Republicada recentemente no volume ROGÉRIO SGANZERLA da série ENCONTROS da Azougue Editorial.

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